O crescimento do mercado de SUV no Brasil

O mercado de SUVs no Brasil se encontra em um ótimo período de crescimento, isso está acontecendo por diversos fatores.

O nosso sócio-fundador, Alfredo Moreira, deu uma entrevista sobre esse assunto para o caderno Autos do jornal: A Tarde de Salvador.

Segue na íntegra a participação da Consultoria7 no jornal, boa leitura!

Paixão por SUV – Utilitários esportivos têm a preferência dos consumidores; A indústria sabe disso e investe em lançamentos e atualizações.

Os números do mercado não deixam dúvidas: os utilitários esportivos são a bola da vez na preferência dos consumidores. No primeiro trimestre de 2020 eles detinham, de acordo com a Fenabrave, 27,3% de market share das vendas de autoveículos (entre automóveis e comerciais leves). No mesmo período deste ano, eles representam 36,4% dos emplacamentos, ou seja, um crescimento em nove pontos percentuais em meio à pandemia.

A quantidade de modelos e versões também só aumenta. Por exemplo, a Volkswagen lança em dois anos três modelos: T-Cross, Nívus e em breve o Taos, prestes a chegar ao mercado.

A Jeep, que já lidera o mercado com o Renegade, está lançando o Compass renovado e com novo motor, e terá um novo SUV de sete lugares no segundo semestre. O líder de vendas Renegade também terá novidades: além do novo motor 1.3 flex turbo, o mesmo do Compass, o Jeep terá posteriormente opção híbrida e um novo motor a diesel.

A Fiat prepara para o segundo semestre um SUV compacto, derivado da plataforma MP1, de Argo e Cronos. A versão definitiva do que chamam agora de Progetto 363 será conhecida no episódio final do programa Big Brother Brasil, da TV Globo, em 4 de maio. O programa, patrocinado pela montadora, foi o escolhido para se tornar a principal plataforma por onde a Fiat fala e mostra em doses homeopáticas a novidade. O ganhador dessa edição, aliás, receberá o primeiro exemplar do SUV.

A Fiat também prepara outra carta na manga, que é o Progetto 376, para 2022. Este novo utilitário esportivo com estilo cupê será mais caro e vai brigar com o VW T-Cross.

Chegou em boa hora

A Toyota demorou, mas lançou seu utilitário urbano Corolla Cross. Além da chancela da marca, que pesa na escolha dos consumidores, o novo SUV traz dois motores já muito bem aceitos no irmão Corolla: o flex 2.0 de até 177 cv de potência e o híbrido flex 1.8, que tem potência combinada de 122 cv. Na Bahia, o SUV já tem boa procura, segundo a gerente comercial da concessionária Terra Forte Toyota, do Grupo GNC, Fátima Gomes. “A procura tem sido muito boa. É um SUV que veio para liderar a categoria!, aposta a gerente. Tanto que o carro tem fila de espera de 30 a 60 dias.  A versão mais procurada é a XRE flex, seguida pela XRX híbrida”, conta Fátima.

A chamada “canibalização” do sedã pelo SUV não foi notada por ela, que enxerga públicos diferentes. “Geralmente são clientes de SUVs que não tinham opção na Toyota. O que vemos hoje são clientes com Jeep Compass, Nissan Kicks e Hyundai Creta, são os modelos que mais entram na troca”.

Também recém-lançado, o Nissan Kicks ganhou em sua primeira reestilização o incremento de novos itens tecnológicos e de segurança. Manteve o motor 1.6 flex de até 114 cv e preços competitivos.

Enquanto isso, a Hyundai finaliza os preparativos para lançar até o fim do ano a nova geração do Creta, que já mudou em outros países, com visual controverso. Traz uma enorme grade e recortes exagerados no desenho do conjunto ótico. Talvez a marca aposte nele assim mesmo para se diferenciar, e baseada no sucesso do hatch e sedã HB20, os quais muitos criticaram em seu lançamento, mas que seguem entre os mais vendidos.

Outro SUV que desponta nas vendas é o Chevrolet Tracker: lançado em 2020, hoje é o terceiro mais comercializado entre os SUVs, colado no segundo, o VW T-Cross. Entre seus atributos estão design moderno, posição elevada de dirigir (em relação aos sedãs e hatches) e ideal para rodar na cidade. No final do ano passado, o SUV recebeu uma boa opção de motor, o 1.0 turbo de 116 cv que se juntou ao 1.2 turbo de até 133 cv.

Segurança e menor custo

O especialista Diego Fischer, CEO da Carupi, startup de tecnologia que facilita o trâmite de compra e venda de automóveis, atribui o crescimento das vendas à pequena diferença de preço entre os carros populares e os SUVs. “O hiato dos preços entre carros populares e carros médios se aproximou muito. Então, na hora da decisão entre comprar um ou outro, os SUVs médios ficam mais atrativos, considerando que eles trazem diversos outros benefícios, como espaço interno maior e motorização superior”, explica Fischer.

Outro motivo na opinião do CEO da Carupi é a economia operacional. “Um dos fatores detratores de carros maiores (como o SUV) historicamente sempre foi o custo operacional (consumo de combustível e manutenção). Com o avanço tecnológico em toda a indústria automobilística, essas duas frentes foram atacadas ao mesmo tempo, permitindo que o consumo de combustível atingisse uma eficiência muito maior, mesmo em motores mais potentes, e que o custo de manutenção fosse reduzido em grande escala”, ressalta.

Diversificação

“Os SUVs de fato caíram na graça do mercado brasileiro. No primeiro trimestre deste ano, eles responderam por 37,2% das vendas, enquanto os modelos hatch lideraram com 40,4%, o que representa apenas 12.842 exemplares a mais”, aponta Alfredo Moreira, sócio-fundador da Consultoria7.com, empresa de marketing digital automotivo com sede em Brasília (DF) e que atende 25 marcas em 12 estados.

Ele ainda observa a diversificação do segmento. “O interessante é perceber que as marcas trouxeram modelos compactos e crossovers posicionados como SUVs, nas duas comunicação de venda, buscando atender à expectativa dos consumidores. Os modelos SUVs e “tipo SUVs” representam mais de 85% das campanhas de marketing digital que fazemos para mais de 20 marcas em todo o país. Eles possuem um ticket médio mais alto e uma maior rentabilidade, e o mercado brasileiro recebeu os modelos de braços e bolsos abertos, enterrando as antigas peruas”, afirma Moreira.

Esse foi o artigo publicado pelo jornal A Tarde de Salvador, no caderno Autos, em 21 de abril de 2021. Escrito por Lúcia Camargo Nunes.

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