No primeiro semestre, o mercado de automóveis comerciais leves vem enfrentando quedas nas vendas. De janeiro a maio, a queda foi de 18%, no comparativo com o mesmo intervalo do ano passado. Contudo, o segmento de carros elétricos e híbridos no Brasil cresceu 57,7% no mesmo período. Assim, esse segmento, que há 3 anos representava apenas 0,4%, passou a 2,3% das vendas totais no setor.

Os modelos elétricos e híbridos têm conquistado os consumidores que querem um carro mais econômico, menos poluente ou simplesmente estão curiosos para testar a nova tecnologia.

Podemos classificar estes modelos em 3 categorias, sendo: 100% elétricos (BEV); híbridos (HEV, que tem motor elétrico e a combustão, com bateria auto recarregável, sem conexão com a tomada); e híbridos plug-in (PHEV, que também recarrega na tomada). O Brasil tem cerca de 70 modelos disponíveis, podendo chegar a 100 até o fim do ano.

Nos EUA, estes modelos já representavam 4,5% do mercado em 2021, com 70 modelos à venda. Na Alemanha, eles já são 26% do mercado, com mais de 160 modelos disponíveis.

Mesmo sem uma política de incentivos, o brasileiro está comprando carros elétricos; se tivesse incentivo, como na maioria dos países, o mercado já seria bem maior hoje.

avalia o presidente da ABVE, Adalberto Maluf.

Concorrência à vista

A Ford foi a primeira montadora a vender um carro híbrido no Brasil, com o Fusion Hybrid. Depois veio a Toyota com os modelos Prius e Corolla Híbrido. Todas as fabricantes presentes no país terão algum modelo à venda no Brasil até o fim do ano (menos a Volkswagen). A Nissan oferece o Leaf, a Chevrolet trará a versão 2023 do GM Bolt, a BMW tem o i3, enquanto a Mini entrega seu Cooper SE e por aí vai…

Recentemente, a Caoa Chery divulgou a eletrificação de toda a sua linha, trazendo um modelo 100% elétrico: o iCar. Essa disputa é benéfica para o consumidor, pois além de aumentar a oferta de veículos elétricos e híbridos, ajuda a diminuir os preços.

Políticas voltadas à redução de emissões e o aumento nos preços dos combustíveis contribuem para o maior interesse global pelos elétricos, assim como a maior oferta de modelos e a redução da diferença de preço em relação aos demais automóveis.

diz Marcos Paiva, diretor de Estratégia da GM América do Sul.

E não apenas as vendas foram impactadas por estes veículos. Um segmento ainda tímido, mas que em breve deve explorar tais modelos é o de assinaturas. Contudo, o mercado de locação já tem boas opções para os consumidores que desejam testar esses modelos sem ter que desembolsar com a compra. A Movida tem 600 modelos elétricos e híbridos em sua frota. Alguns deles podem ser conferidos em sua loja conceito na zona leste de São Paulo.

Mover-se é uma necessidade humana, inclusive direito garantido no artigo 5º da Constituição Federal de 1988. Desde o advento da roda e seus benefícios para essa finalidade, temos buscado formas de fazer isso de maneira cada vez mais eficiente e confortável. Quem sabe desta vez, definitivamente, façamos isso um pouco mais alinhados com as questões ambientais e com um custo-benefício que atinja, cada vez mais, um maior número de pessoas.