Outro dia eu li no portal G1 que, devido às eleições, já haviam sido inseridos mais de 1,2 milhões de reais em anúncios. Mas nesse mês de agosto, oficialmente teve início a corrida eleitoral no Brasil e mais dinheiro será injetado nas plataformas digitais. Muito mais mesmo! Lembre-se que o fundo partidário para 2022 é de R$ 4,2 bi.

A injeção de grana não para por aí, já que na sequência teremos Copa do Mundo. O mercado se agita e o Brasil para pra ver os jogos. Sempre foi assim. Campanhas publicitárias milionárias pipocam nas mais diversas plataformas e você deve estar pensando: mas o que isso tem a ver com setor automotivo? Para nós do mercado digital, muito!

Disputar a atenção do consumidor com os candidatos da eleição mais polarizada da história recente do país, e depois ainda ter que competir com Neymar, Mbappé e companhia não vai ser fácil. O olhar do consumidor nas telas ficará mais dividido e disputado. Além disso, a incerteza do resultado do pleito (independente do resultado) vai gerar hesitação na compra de bens de maior valor, como um carro, por exemplo.

Em meio a esse cenário, conseguir a atenção do público será uma missão mais complexa e, ao mesmo tempo, mais cara. O CPL (custo por lead) deve aumentar em setembro, seguindo a alta até o fim da Copa do Mundo. Em resumo, ser visto no mundo digital pelo consumidor ficará mais caro e mais difícil no segundo semestre. O grande desafio é disputar com assuntos tão relevantes a atenção na tela e, em meio a incertezas, converter leads gerados em vendas.

Até aqui, não tem muita novidade. Vimos isso lá em 2018, ao acompanhar um cliente da marca Volkswagen, observamos uma queda nas vendas em setembro e outubro daquele ano. Muitos consumidores afirmavam querer esperar o resultado das eleições para a troca do veículo. Além disso, o CPL subiu como imaginávamos. Em novembro, com as primeiras parcelas do décimo terceiro sendo pagas, as vendas retomaram e, em dezembro, bateram recordes. Mas aí está a diferença. Agora, na época da retomada, vem a Copa do Mundo.

Entre 20 de novembro e 18 de dezembro, o brasileiro vai querer comprar televisão, camisa da seleção, cerveja e tudo mais que envolva a Copa. E entre as Eleições e a Copa, tem a Black Friday (que inflaciona o mercado de leads digitais) e depois, para arrematar, chega o Natal. Difícil, né?

Mas calma, meu objetivo aqui não é criar pânico. A intenção é alertar para o aumento do custo das campanhas digitais no mercado automotivo devido ao impacto de uma sequência de grandes eventos. E claro que tem jeito, que atravessaremos essa jornada, mas vai exigir muito mais estratégia e inteligência. Minha sugestão?

1. Não se assuste com o CPL, foque na conversão da venda e entenda que essa é a dinâmica de um ano atípico.
2. Conecte-se com esses eventos e entenda as hesitações do consumidor ao longo do processo.
3. Crie ofertas atrativas no embalo da Copa. Em novembro o varejo aquece, dispute seu share!

Vai ser difícil, mas não é impossível para quem já está se preparando.

Que venham os grandes eventos!